domingo, 5 de abril de 2015

Just Smile - Capítulo 6

Fanfic Amor Doce
Capítulo 6
Perdidos no Parque - Parte 2
Tsuki

Mentir…
Mentir pra que?
Estava estampado na minha cara que já estava tendo uma queda, ou melhor, um tombo pelo Lysandre-kun. Nem a grande diferença de altura, nem o fato dele ser o pretendente de minha irmã, nem o fato de minhas inimigas gostarem dele também – na verdade, fala sério, quem não adoraria ficar com o garoto que sua inimiga quer? É um troféu! – nada conseguia impedir essa pisciana de ficar encantada com outro garoto.
Minha nee-chan me mataria.
Por dois motivos:
1º Fizemos uma aposta que eu não ficaria encantada por ninguém, pelo menos até o meio do ano, e quando concordei ela me olhou com aquela cara de mãe orgulhosa… Sei que não vai me desapontar – ela disse.
2º Era justo o garoto que possivelmente ela poderia estar gostando…? Isso não a deixaria confusa?
Pobre nee-chan…


Lysandre
Tsuki parecia uma criança que tinha acabado de ganhar doce. Sorrindo de orelha a orelha enquanto subia no cavalinho branco do carrossel.
- Vem também Lysandre. - pediu sorridente. Eu obedecia como um robô, subindo no cavalo ao lado em um piscar de olhos.
Por sorte os cavalos eram grandes, então naquele brinquedo eu poderia andar.
- Você gosta mesmo do carrossel, não é?  - sorri pegando uma mecha do cabelo dela.
Ela bateu de leve na minha mão e sorriu. Fiquei sem entender.
Tsuki não respondeu minha pergunta, apenas desviou os olhos ficando mais séria.
- Desculpa… por estragar seu encontro...
- Tsuki... Você não estragou nada. Foi só um acidente. Apesar de que sua irmã parecia um belo furacão, nocauteando todos os monstros que via pela frente.  – sorri mais uma vez.
Pensei em pegar seu cabelo novamente, mas parei no meio do ato. Pelo tapa ela deixou claro que não queria contato físico.
- Você… tinha que gostar da nee-chan… – ela comentou e no mesmo momento o nosso “passeio” tinha acabado e ela pulou do cavalinho e andando rápido.
- Tsuki!
Quando me ouviu chama-la indo logo atrás dela, estranhamente ela começou a correr. Aproveitei que minhas pernas eram maiores que as dela para conseguir alcança-la e segurei seu pulso.
Percebendo isso ela se virou pra mim, e logo que começou a falar abaixou o rosto, estava me evitando:
- Eu quero que a nee-chan seja feliz e se ela gosta de você… bem eu não sei o que devo fazer…
- Você está com ciúme da sua irmã, não é? – Finalmente ela me encarou com seus coloridos olhos arregalados. – Eu sei como é. Também fiquei assim quando Leigh e Rosa começaram a sair. Está com medo de ficar de lado, não é?  - sorri e ela pareceu relaxar um pouco.
- É por isso mesmo, você me pegou.
Rapidamente seu sorriso voltou e isso me satisfez. Lhe soltei a mão e me curvei diante aquela pequena para lhe pergunta:
- Quer ir pra outro brinquedo, lady?
- L-lady?
Ri.
- S-sim, lady.
- Ok, eu meio que gostei.
Novamente, como uma criança, sorriu para mim de orelha a orelha e pegou minha mão. Assumo que corei e apertei-lhe gentilmente. Não me canso de dizer que sua mão era tão fofamente pequena principalmente se comparando a minha.

Tsuki
Ele tinha entendido o que eu queria dizer?
Não, dava pra ver.
Eu não era esse tipo de “ser deixada de lado” que eu me preocupava. Era de ficar de vela no futuro porque vai que… né… ele acabe sendo meu futuro cunhado.
Isso não seria saudável.
Eu tentei até escapar dele, mas ele é rápido e pra ser sincera eu não queria escapar com toda a sinceridade de minhas emoções, sabe?
- Quer ir naquele?
Quando eu olhei minhas pernas gelaram e eu escondi meu rosto no tórax do Lysandre, ou o mais perto possível que eu poderia chegar de seu peito, porque sou baixinha… estou cansada de repetir isso.
Na hora eu não tinha percebido o que isso causaria.
- T-Tsuki-san?
- Eu não quero! – Protestei manhosa esfregando o rosto contra ele.
- T-tudo bem. – E ele acariciou minhas costas tentando me acalmar.
Eu dei um grande sorriso o abraçando.
- Vamos em outro.
- O-ok.
De relance se percebia que ele estava muito vermelho.
Lysandre… ele é realmente muito fofo!

Fomos no chapéu mexicano cheio de balanços, que era alto demais pra mim que tenho medo de altura – por isso não gosto de montanha russa, por isso que Kami-sama me fez pequenina – e fiquei apertando o tempo todo o braço de Lysandre com o meus. E ele sorria gentilmente acariciando o topo da minha cabeça, até eu me acalmar e voltar a aproveitar o brinquedo, me distraindo enquanto falava com ele.
Teve horas que já me sentia mais a vontade com ele.
- Ei, Lys-kun, olha! Trenzinho! – E saia puxando ele pela mão. – Vamos, vamos!
- Ok, lady.
Era sempre o que ele respondia.
Quando nos sentamos em um dos vagões eu lhe disse:
- Olha, lady é para moças velhas, que tal me chamar de algo mais jovial?
- Hm…
“Chan¹”! Me chame com “chan”!
Era o que eu pensava.
Querendo intimidade tão rápido? Ah, por favor, eu estava sendo paciente demais pelas circunstâncias. Porém… imagina que fofo ser chamada de “Tsuki-chan” por ele.
- Hm… hime²! – Disse ele com um sorriso enorme.
- Hai! – Concordei sorrindo.
Hime… ser chamada de princesa assim…? Chegava a ser melhor do que colocar o sufixo “-chan”.
Me surpreendendo ele segurou meu queixo.
- Sim… hime-chan. Hime-chan tem tudo haver com Tsuki-san³. – Ficamos nos encarando por um tempo, eu ainda estava boquiaberta. – Demo⁴… é um tanto constrangedor. – e soltou meu rosto ficando pensativo, com a outra mão segurando o cotovelo. – Hime-chan é constrangedor.
- Hm! – Assenti olhando para o céu. Estava entardecendo. O céu estava vermelho como nossos rostos. – M-mas pode me chamar assim se quiser.
- É que Tsuki-san é tão pequena e fofa como uma boneca hime, – Só Deus sabe o quanto eu tentei segurar o sorriso, porque minhas orelhas queimavam de tão vermelha. – mas… estou constrangido por dizer “chan”.
Lys-kun era a coisa mais fofa do mundo.
Será que seus filhos seriam tão fofos?
… o que eu estou pensando?!
É por isso que nee-chan e otosan me chamam de yandere!
De qualquer forma amanha faria compras depois da escola, precisava pesquisar mais sobre a moda vitoriana e ficar por dentro de tudo parar chamar a atenção de Lysandre-kun.
E tenho que dar jus ao meu novo apelido. Vou comprar dúzias de coroas para combinar com todos meus vestidos de Lolita!
Hime vai ser meu nome do meio!
Eu peguei leve esse começo de ano. Não queria ficar tanto com meu ar de Lolita, porque era um dos motivos que me comparavam com Nina, mas ela que se prepare. A lolita mais popular daquela escola vai ser eu!
Lysandre
Tsuki erguia o punho olhando para o nada com uma cara de determinação… eu não conseguia entender o que se passava naquela cabecinha.
- H-hime-sama… você está bem?
- Hm! – Confirmou ainda com aquela expressão de força. Depois, acho que percebeu a realidade em volta e se voltou pra mim. – Ah, eu estou bem sim, caro Lys-kun. Ficou extremamente agradecida que se preocupe comigo. – E deu um sutil, porém iluminado sorriso.
Em poucos segundos e ela tinha ficando com ar mais de princesa ainda, falando de tal maneira.
Castiel estava certo.
Eu era um lolicon de fato, de uma maneira menos problemática, mas era.
Quando o brinquedo parou, eu sai primeiro e lhe estendi a mão. Percebi que as pessoas nos olhavam com curiosidade, mas não me importava.
- Hime-san, deseja comer algo?
- Algodão doce. – E novamente aquele sorriso iluminado e ingênuo.
Não pude evitar de corresponder. Era tão graciosa, e ela meio que saltitava enquanto caminhávamos.

AkiMitsu
- Vou te ensinar a ser mais egoísta, garota! – Me disse o Castiel frustrado comigo depois que me viu encantada com a montanha-russa e lhe confessei que fazia anos que não tinha andando.
Afinal depois que eu e minha irmã passamos a estudar juntas na mesma escola, ficamos sempre no mesmo grupo em excursões. E sabendo do medo dela, evitava até de pensar em atrações muito radicais. Era como levar uma boneca de porcelana pro parque.
- Vamos lá! – E saiu me arrastando.
Era o Castiel sendo delicado.
- Você é medrosa, duvido ficar com os braços levantados. – Me provocava enquanto o carrinho já subia.
E eu com aquela sensação malditamente gostosa de a gravidade me faria cair pra trás.
- Você não me conhece então, garoto!
- Quem abaixa o braço primeiro paga o cachorro-quente depois.
- OK! – Foi o que deu tempo de dizer, porque o carrinho despencou fazendo com que todo mundo gritasse incluindo a gente.
De braços pra cima é obvio.
No final nenhum dos dois abaixo e ficamos acusando um ao outro, até decidimos repetir. Fomos outras três vezes. Me deu dor no braço na ultima e tive que pagar.
- Admita que ficou com medo. – E deu uma grande mordida no lanche. – Ai! – Gemeu quando chutei sua canela embaixo da mesa. Sorte dele de eu não gostar de sapatos com bico-fino.
- Você sabe que não. – E mordi o meu.
- É, tenho que admitir que você foi bastante corajosa sim.
- Eu quero que me aplauda.
- Ok. – Colou o lanche em cima da caixinha e começou a bater palma. – Bravo! Bravo!
Sussurrei, meio que tentando não gritar, estava envergonhada:
- Pelo amor, Castiel! Eu estava sendo irônica, as pessoas estão olhando.
- Você que pediu pra eu fazer isso.
- Porque eu não imaginava que você fosse fazer isso.
Ele arqueou a sobrancelha, brincalhão, como usualmente eu faço e me imitou:
- É porque você não me conhece então, garota.
Tentei conter o riso, mas não consegui e acabamos rindo.
- Castiel, você é ridículo.
- Você que começa com a palhaçada, não reclame depois. – E bateu o indicador na minha testa.
Eu gemi e fiz bico o que o fez rir mais um pouco.
Depois de dar um gole na coca-cola, ele me perguntou:
- Onde quer ir?
- Hã?
- Onde quer ir, AkiMitsu? Cê é velha surda agora? Ai! – Mais um chute na canela pro estoque dele.
- É que… sei lá… não sei onde quero ir.
Ele bufou.
- Como não? Eu vi sua alegria só de olhar a montanha-russa.
- Mas… por que não vamos num que você quer ir dessa vez?
- Porque hoje eu sou seu sensei⁵ e vou te ensinar a ser mais egoísta.
- Pff! Porque nisso você é craque.
Ele fez sinal com o polegar de aprovação. É muita cara de pau num ser humano…
- Não acha que a gente deveria ir num brinquedo onde provavelmente eu acharia minha irmã, ou Rosa, ou…
- Nãããão… você vai se divertir.
Fiquei o olhando por um tempo tentando conter o sorriso.
- Mas isso não te faz solidário? Não parece ser egoísta de sua parte.
Ele deu ombros.
- Seja minha sensei⁵ e me ajude a ser mais “humanitário” – fez aspas com os dedos. – Enquanto paga meus lanches.
Desta vez levou um tapa no ombro.
Como tínhamos acabado de comer, fomos primeiro nos mais tranquilos. Tiro ao alvo. Saímos com uma sacola de prêmios e quase que deu empate, mas na ultima eu venci e ele teve que carregar.
Não por muito tempo, porque Castiel sabia onde ficava o guarda volume e preferiu pagar do que levar tudo aquilo pelo parque.
Depois no medidor de força. Nesse eu não quis participar, mas tinha adorado o prendedor de cabelo de caveira. Ele conseguiu mais uns cinco e levou também pro guarda volume, mesmo cabendo em nossos bolsos.
- Eu tô pagando aquela porra pra não ficar carregando tudo. – Como um garoto tão jovem pode reclamar que nem um velho razinza?
Eu não me continha e ria dele.

Fomos nos simuladores de corrida e Castiel me venceu em todas. Riu de mim, nas contas dele, por 5 minutos. Mas pra mim a sensação foi que ele riu por horas, mas eu não podia bater ou xingar ele, porque esse era o acordo caso o infeliz vencesse.
Não tenho lá coordenação motora pra essas coisas.
Fomos nos “elevadores”, e finalmente eu não aguentava mais andar. Tinha escurecido e eu estava de saltos.
- Aqui.
Me virei e ele me estendeu chinelos.
- O que é isso?
- Além de surda é cega?
Soltei algo similar a um gruído e ele riu.
- Ok, ok. Toma. – E os colocou no chão diante de mim.
- Você não precisava comprar, eu estou be…
- Você estava se apoiando em mim, ou pensa que eu não percebi?
Virei o rosto pro outro lado. É… estava, mas olha pra ele, ele é grande, com certeza aguentava. E aguentou mesmo.
Afinal não era pra eu ser egoísta hoje?
- Agora nem deve adiantar se apoia em mim, deve estar doendo demais, né? – Concordei, pra que mentiras? Ele riu. – Avê, você lembra minha mãe. – Arquei a sobrancelha meio risonha. – Ela é bem teimosa, que nem você.
- Que nem você também, né Castiel, admita.
Ele deu ombros. Me sentei e tirei meus sapatos, já vestindo os chinelos e soltando um gemido de alegria e meio de alivio.
- Vamos embora.
- M-mas nem achamos os outros…
- Aff, AkiMitsu! Cê ainda acredita que vamos ver eles?
No final tive que concorda.
- Vem. – Estendeu a mão. – Vamos pegar os prêmios no guarda volume e vazar.


Ri.
- Assim parece até que você é educado.
E como resposta ele me mostrou a língua. Pessoa madura… a gente vê por aqui.
Peguei sua mão e admito que corei, mas não tinha problema, eu percebi de relance que não era a única.


Lysandre
- Nossaaaaaaaaaaaaaaaaa…! Dá pra ver tudo daqui, Lys-kun. – Dizia Tsuki admirando a paisagem. Estávamos em uma roda-gigante. – Eu morro de medo de altura, mas não estou com medo agora. Dá pra ver tuuudo daqui. Menos Rosa e os outros.
- Sim, Hime-san. – Tinha gostado realmente do apelido.
Eu mal olhava pra vista.
Via Tsuki ajoelhada no banco a minha frente olhando tudo pela janelinha fechada da cabine. Seus dedos grudados no vidro.
Ela cobriu a boca com a mãozinha, soltando um bocejo.
- Pelo visto, está cansada.
- N-não estou.
- Não deves se esforçar tanto, Hime-san. Confesso já estar cansado de nossa aventura e já escureceu. Depois que dermos essa volta, eu te levarei pra sua casa.
Ela não disse nada. Será que me ouviu?
- Hime-san…?
Inclinei a cabeça para olha-la de perto e percebi que seus olhos estavam cheios de lágrimas.
Levei um susto, imediatamente quis ir até ela, mas meus pés se enroscaram um no outro e eu cai sentado no banco e com o movimento a cabine pendeu pro meu lado e Tsuki foi “jogada” pra cima de mim.
Ela caiu meio por cima de meu colo.
Virou o rosto e logo estávamos a poucas distâncias um do outro.
Fiquei sem saber o que fazer, apenas olhando para seu rosto, sentido sua respiração contra minha face. Estava tão perto, assim como quando nos conhecemos… mas dessa vez ela havia caído em cima de mim.
Engoli em seco, minhas mãos já soavam e depois de um grande período de troca de olhares, eu consegui desviar o olhar e finalmente corei.
E para minha surpresa suas pequenas mãos pegaram em meu rosto. Hime me puxou e me deu um singelo beijo. Apenas um tocar de lábios.


- Lysandre, gosto de você.  - Sorriu enquanto eu continuava em choque. – Eu tenho ciúme de minha irmã com você, meu sangue ferve quando Nina se aproxima de você é quando Bia te chama daquela forma… minha única vontade é… Tudo isso porque gosto de você…

- Hime… - Naquele momento, o operador da roda gigante abriu a cabine e pediu que saíssemos.

Continua... 


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